QUANDO NÃO É POEIRA É LAMA
O Canhoto - Ano I - Nº 13 - 20/09/08
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A localização do depósito de materiais das obras do gasoduto da Petrobrás tem trazido transtornos à comunidade de Japuíba. Instalado próximo ao Colégio Baccoparó Martins, no início da estrada que leva à serra, o local concentra um grande volume de pedras.Além disso, há um grande fluxo de caminhões que transportam o material até o local das obras.
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Os moradores reclamam da poeira vinda do depósito e também decorrente da passagem dos caminhões. Além da sujeira nas casas, a poeira prejudica os alérgicos e os que têm problemas respiratórios como bronquite, asma e rinite. Quando chove, o problema é a lama.
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Horacir Nogueira, 88 anos, mora ao lado do local e diz que o depósito deveria ficar em uma área mais afastada – “Acho que faltou iniciativa do prefeito,porque existem áreas a menos de dois quilômetros daqui com espaços que a prefeitura poderia arrumar com os fazendeiros, e não tem residências nem ninguém para incomodar” – disse ele.
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Rodrigo Barroso, sub-prefeito de Japúíba, informou que a prefeitura não tem como interferir porque o terreno é particular e ela não se envolveu com as negociações – “O que eu vejo é que eles estão sempre molhando a rua para evitar a poeira, e a prefeitura ainda não recebeu nenhuma denúncia quanto a esse problema” – explicou.
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O depósito está funcionando no local desde o início das obras, em julho. A equipe de O Canhoto tentou contato com a Petrobrás para saber se o local será utilizado até o fim das obras, ou se o depósito poderia ser transferido para outro lugar, mas a assessoria da empresa não foi localizada.
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FELIZES COM O CONFORTO, INSATISFEITOS COM A DEMORA
O Canhoto - Ano I - Nº 10 - 26/07/08
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Desde o dia 03 de julho a empresa de ônibus rio Ita está trabalhando com 17 carros novos na linha intermunicipal Cachoeiras X Itaboraí. De acordo com a empresa, a mudança foi feita tanto para renovação da frota quanto para promover a economia de combustível, uma vez que os carros antigos têm consumo maior que os atuais.
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Além da diferença nos ônibus o serviço também mudou: agora o motorista acumula a função de cobrador. Apesar de ter gostado do conforto dos novos ônibus, a dona de casa Marinete Souza, 30 anos, moradora de Papucaia, acredita que a mudança não tenha valido a pena. "Com certeza desempregou muitos cobradores" – explicou Marinete.
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Já a agente comunitária Marlene soares Alves, residente na Ribeira, considera que o tempo de viagem está muito maior, e que os motoristas demonstraram não estar preparados para o novo modo de trabalho. "Parece que os motoristas ainda estão aprendendo. Eles não estão acostumados a cobrar passagem" – conta a agente.
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De acordo com Carlos Alberto Alves, auxiliar de tráfego da Rio Ita, cerca de 30 cobradores que trabalhavam na linha foram remanejados. “Nenhum deles foi mandado embora, todos estão trabalhando em outras linhas a partir de Itaboraí” – afirma.
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Carlos informou também que todos os motoristas receberam treinamento e foram preparados, tanto para o manuseio dos novos carros quanto para a cobrança da passagem e prestação de contas.
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As mudanças causaram atraso de até 35 minutos no tempo da viagem, mas segundo o auxiliar de tráfego a situação já está praticamente normalizada. “No começo sempre tem dificuldades, mas quando as pessoas vão se acostumando começa a ficar melhor. Agora os horários não estão atrasando tanto”.
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Apesar das reclamações não houve queda no número de passageiros, e há quem esteja satisfeito com o novo sistema. É o caso da aposentada Paulina Azevedo Lopes, moradora de São Gonçalo que visita Cachoeiras frequentemente. “Gostei da mudança. Sempre venho de são Gonçalo para ver minha filha aqui e pra mim está muito bom” – afirmou.
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Alternativa
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Wilson Figueira da Silva, presidente da Coopertaxi Macacu e que organiza o transporte alternativo no município, afirmou que o número de passageiros não sofreu alteração após as mudanças na empresa de ônibus."Os passageiros, nos nossos carros, reclamam muito da rio Ita, mas quanto ao movimento não aumentou" – disse Wilson.
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Além da demora no tempo da viagem, outra reclamação muito ouvida diz respeito ao transporte gratuito de idosos, realizado também pelos carros da cooperativa. O motivo seria a demora na anotação de documentos, procedimento adotado nos ônibus para transportar aqueles que ainda não possuem o Rio Card.
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De acordo com Wilson, o ônibus tem muitos lugares, e isso dificulta ainda mais a dupla função. “É uma carga muito grande para os motoristas. Fazemos esse serviço e sabemos que a responsabilidade de cobrar e dirigir é muito grande, mas os nossos carros são pequenos” – esclareceu.
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A cooperativa está trabalhando com a comunicação ente os carros, via rádio, para evitar que os passageiros fiquem muito tempo nos pontos aguardando transporte, mas já existe a possibilidade de mudanças futuras. Uma delas é a implantação de pontos de saída em Ribeira e Japuíba, e a circulação dos carros também por dentro dos bairros.
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Apesar disso, Wilson da Silva explica que estas medidas dependem da aprovação da diretoria e dos motoristas cooperativados, e só devem ser adotadas se houver um aumento da procura pelo serviço do transporte alternativo. ”No momento não tem condição” – finalizou.
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